Outro dia estava passeando pelo shopping na hora do almoço e me bateu uma vontade arretada de provar roupas, apesar de ter preguiça de fazê-lo, entrei
no provador com umas sete peças de roupas, como sou muito magrinha, apenas duas peças
ficaram legais em mim. Daí fui mooorta de feliz em direção ao caixa, mas aí
bateu uma sensação esquisita que me fez pensar se eu estava mesmo precisando daquelas
peças. Minha consciência falou tão alto que desisti de levar a blusa e a saia.
Isso me fez refletir,
porque temos essa necessidade louca de comprar? Por que temos de ter o último
modelo do Iphone e um carro cujo o IPVA dá para comprar uma moto? Por que
muitas vezes temos vergonha de economizar, mas não temos vergonha de ter três
carros na garagem, enquanto tem tanta gente precisando de ajuda. Quem nos disse
que o TER é sinônimo de felicidade. Entendam, não estou dizendo que devemos
aderir ao modelo de vida franciscano, mas penso que poderíamos consumir bem
menos, compartilhar mais e não explorar tanto o nosso planeta que já não
aguenta mais satisfazer nossos desejos materiais.
Por que não pegamos
como exemplo os alemães, tudo lá é reaproveitado, do lixo às peças de roupas.
Por exemplo, na Alemanha é super comum as pessoas comprarem roupas em brechó, independente
da classe social. Há toda uma logística de doação, as pessoas separam aquilo
que não usam mais e que está em perfeito estado, arrumam em caixas e doam; os
supermercados fazem o mesmo, quando percebem que frutas e verduras estão
maduras, imediatamente fazem doações para instituições de caridade. Lá, economizar é sinônimo de inteligência. E
olhe que na Alemanha, de hoje, as pessoas não sabem nem o que é crise, o padrão
de vida lá é super elevado, mas nem por isso as pessoas saem gastando feito
loucos ou ostentando sua posses. E penso que a explicação para tudo isso esteja
no fato do país ter passado por duas guerras, isso os ensinou a dar valor o que
têm e a pensar no futuro.
Aqui no Brasil, os
valores se invertem, estamos vivendo uma baita crise, em toda esquina tem gente
precisando de ajuda, mas as pessoas ainda usam as roupas pela etiqueta; se
recusam a repetir uma peça de roupa porque vai para no facebook e todos vão
reparar; ser flagrada em uma loja de peças baratinhas, aff, pesadelo total. Até
na política o desperdício virou moda. Se as guerras ensinaram os alemães, até
hoje estamos seguindo o modelo dos portugueses: explorar, consumir, gastar o
máximo que puder. Definitivamente, economizar no Brasil é atestado de pobreza,
não é nada chique.
Mas como fica o nosso
planeta? Por que esse consumismo todo afeta diretamente nosso recursos naturais?
Você já pensou onde foram parar as baterias dos celulares que você comprou e já
descartou? Você já parou para pensar que o planeta há muito tempo pede socorro?
Não te incomoda o fato de ter tanta gente passando fome no Brasil? Se você tem
dinheiro para gastar, ajude os médico sem fronteiras (www.msf.org.br/Doar), a ActionAid (www.actionaid.org.br a APAE, a Santa Casa de
Misecórdia em Fortaleza, a Associação Peter Pan e tantas outras entidades que
precisam de nossa ajuda para sobreviver. Se você não tem, não se endivide só
para TER.
Precisamos aprender a
economizar, a cuidar do nosso planeta! Não esqueça, MENOS É MAIS!
Certo dia conversando com uma senhora vinda da Alemanha ela me dizia como para eles a questão da água é fundamental. Durante o pós-guerra a água era algo muito raro, incomum. Acostumaram-se a tomar banhos rápidos, nem todos os dias, ensaboar-se primeiro para em seguida gastar o mínimo de água com o banho. E a reaproveitar água sempre que possível. Nossa cultura do desperdício, do descartável, nossa ânsia e obsessão com as aparências (isso é mais uma característica forte portuguesa), com sempre aparentar algo a alguém, ainda que esses não estejam nem aí para nós. Vivemos, como já disse um filósofo Gilles Lipovesky, "O império do efêmero". http://www.companhiadasletras.com.br/trechos/80124.pdf
ResponderExcluirMuito bom seu texto! Que venham os próximos!! Bem vinda, amiga blogueira!! Lutar por seus direitos no Brasil, exigir o que é certo, é sinônimo para muitos de pessoa indelicada, não-polida, barraqueira. Se é de fato assim, então quero estar sempre perto dos barraqueiros, das barraqueiras que não são zumbis, que se posicionam, que estão vivos, que denunciam as injustiças, que lutam pelo que é certo e têm coragem de dizer a verdade. Grande abraço, querida Jeane!
Daniel, obrigada por enriquecer meu texto. De fato os alemães são um exemplo a ser seguido, também, no que diz respeito ao consumo de água. Temos de começar a ensinar os mais novos a economizar, a pensar nas gerações futuras. Valeu também pela indicação da leitura e fico muito grata por ter comentado o texto e por elogiar o minha essência. Cheiro grande!
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